Um poema de Alberto Pimenta [excerto]
Repara neste poema, escrito à volta de um acontecimento banal: os dias nascem todos os dias. Nada de novo, afinal: todos sabemos que os dias nascem, todos os dias - quer dizer, nascem todos os dias em Portugal, porque há terras onde, depois do dia nascer, o dia mantém-se dia, durante meses!
Mas depois, o que faz Alberto Pimenta?
Arruma as palavras de tal forma, que estas, ao ser lidas, nos convidam a fazer uma espécie de música com elas! É isso que a poesia também é: música! E por isso há quem diga que, mais do que ler um poema, quando lemos em voz alta, a gente toca a leitura.
Convidamos-te, então, a tocar o poema [quer dizer, a ler], com a tua voz, a encontrar a música de que o poema precisa.
No vídeo ao lado, podes encontrar seis formas de o tocar. Ouve e escolhe aquela de que mais gostares. És capaz de dizer porquê? Se não souberes não te preocupes. Não é assim tão importante!
Finalmente, proponho-te um desafio de escrita, se quiseres aceitar: substitui o nascimento do dia por outro nascimento qualquer.
- Todas as noites a noite nasce [descobre outra palavra, para substituir nasce]
- Primavera, verão, outono, inverno [não pode ser todos os dias, pois não?]
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