terça-feira, 28 de abril de 2020

Para fazer o retrato de um pássaro

Um poema de Jacques Prévert


Ouvir ler

Experimentar formas de ler: oferece outros ritmos outras entoações à leitura deste poema. Podes tentar seguir o vídeo com a tua voz. Para isso desativa o som
Finalmente, se puderes e quiseres, grava a tua voz [no telemóvel dos teus pais ou no computador], e ouve o resultado. Ensaiar a leitura, lendo para um gravador, pode ser divertido e ajuda a encontrar a melhor forma de dizer um poema ou um texto.

Como deves ter percebido, pelo nome do autor, este poema não foi escrito [originalmente] em portuguêsfoi escrito em francês. 
Se tiveres curiosidade em ouvir como é dito, na língua que o criou, podes ouvi-lo na voz de Serge Reggiani cantor e ator francês Quem sabe, talvez queiras experimentar dar à tua leituraum modo de ler parecido. Em português, claro! - Mas se fores estudante de francês e quiseres saber como está a tua fala nesta língua, tens aqui um ótimo um desafio.

Recriar noutras escritas: reescreve o poema com outros motivos, escolhendo outros cenários. Por Exemplo:
Para fazer o retrato de um cão
Pintar primeiro a casota
... ... ... ... ... ...

Se escolheres este motivo, tens de prestar atenção ao cenário: não vais pintá-la numa floresta, pois não? Nem colocá-la no ramo de uma árvore! Depois há imensas coisas que se aplicam aos pássaros mas não fazem sentido para os cães.
Precisas, talvez, antes de te aventurares na escrita, de investigar modos de vida de um e outro. Por exemplo: o pássaro "canta" e o cão ladra, o pássaro tem penas e o cão pêlo... e a lista de diferenças contínua.






Melro em Gaiola


Um poema de A. M. Pires Cabral

Um poema para ouvir, ler, ou ler e ouvir ao mesmo tempo...

Nos tempos que correm, obrigado a ficar em casa, há quem se sinta parecido com o melro, fechado numa gaiola.

A. M. Pires Cabral é isso que sente [sentia, quando escreveu o poema], embora por razões diferentes: "(...) eu sou como ele:/ alguém me reduziu o tamanho do quintal / até o quintal ficar isto que se vê".

E tu, como te sentes?




Ao leres o poema vais encontrar  uma série de expressões curiosas:
O melro é uma gargalhada semovente [observa a palavra "semovente". Tenta chegar ao seu significado, investigando-a. Se eu te disser que é formada por duas palavras que conheces, de certeza que chegas ao seu significado, sem consultar o dicionário];
- ... ... ... ... ...;
farrapos de riso a esvoaçar nos ramos;
- outras que tu, com a tua curiosidade, quiseres procurar inspirado em todas elas, podes escrever outras frases  [ex.: os farrapos podem ser de muita coisa, e nem só o riso é semovente].

domingo, 26 de abril de 2020

"Quasi"

No dia que marca o 104º aniversário da sua morte, a primeira estrofe de "Quasi" - um poema de Mário de Sá-Carneiro - para recriar, noutras escritas.
RECRIAR 1ª ESTROFE
















OUVIR POEMA COMPLETO


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Pequenos poemas de Albano Martins

Cinco poemas do livro "Desta varanda o Mar" e mais seis do livro "Estão agora floridas as magnólias".

A cada um destes poemas, bem pequeninos, juntei uma pergunta [são 11 perguntas no total] que podes ver nos vídeos que estão aqui para ouvires. E, a estas perguntas, podes juntar outras, que queiras fazer.

Era giro, se fizesses as tuas perguntas antes de veres as que eu fiz. Talvez, quem sabe, as perguntas que fizeres, venham a ser iguais, ou parecidas com as minhas!

























E as respostas?
Essas serás tu a dá-las, se quiseres! E, quem sabe, talvez queiras escolher uma [ou mais] e, com ela, partires à aventura da escrita de poemas [ou histórias, se preferires], inspirado, ou inspirada, pelos pequenos poemas de Albano Martins.

Finalmente [ou no princípio de tudo, tanto faz], diz de memória o poema que mais gostares, com a melhor voz que lhe puderes emprestar. Porque não há nada como a voz para dar vida a um poema.

terça-feira, 21 de abril de 2020

"Encantamento" e "Palavra Mágica"


Um poema de José Luís Peixoto e outro de Carlos Drummond de Andrade para falar de palavras mágicas, e do que faz uma palavra ser mágica...
Uma palavra mágica pode ser uma palavra que se diz, ou que se esconde num olhar, num gesto...

Montanha, brilho, precipício, são palavras mágicas, porquê? O poema de José Luís Peixoto não diz porquê. Mas também não diz que são. Diz apenas que podem ser [O que faz uma palavra mágica é, talvez, a sua situação]. Só o que acontece depois pode dizer se a palavra é mágica ou não.
- O brilho revela a estrela que, de outra forma, não conseguiríamos ver;
- é preciso subir a montanha ou descer ao precipício para dar conta da sua magia.

«Depois dessa palavra [mágica], só depois dessa palavra, pode acontecer o amor», remata o poema de José L. Peixoto.
- Podemos procurar essa palavra mágica que antecede o amor! - sabemos que pode ser qualquer palavra que se diz [sempre diferente] ou o silêncio que, por ser silêncio é o lugar das palavras que não se dizem; as tais que estão num olhar, num gesto...
- Ou podemos fazer do amor uma palavra mágica.

O amor é, então, palavra mágica! E se é palavra mágica o que é que vem depois dela e só depois dela? E teremos, talvez, outras palavras, que podem ser mágicas também.

Claro que podemos esquecer tudo isto. E ler o poema, apenas. E trazer também a leitura de «A palavra mágica» de Carlos Drummond de Andrade e ver no que dá, o que acontece: Um pretexto, talvez, para falar do amor e da amizade ...

















sexta-feira, 17 de abril de 2020

Brincar com as letras

do livro Novíssimo Alfabetário do Português Contemporâneo, de Luís Leal Miranda


Chamo a isto brincar com as letras! Se quiseres podes fazer uma brincadeira parecida com outras letras, ou as mesmas letras, se preferires.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

"A Caminhada"

Um poema de Sidónio Muralha 

Podes fazer:
  1. Uma lista de animais para escrever um poema parecido
  2. Descreve o local onde vivem, o número de patas e os seus gostos
  3. Escrever os poemas adaptando-os com as informações recolhidas 
Exemplo:

Nessa mata ninguém mata
o lobo que vive alí
com quatro patas de lobo
lobo acolá, lobo aqui

Ou

Nesta quinta ninguém foge
do cão que vive alí,
Cão com quatro patas de cão
cão acolá, cão aqui

"A Onda"

Um poema de Manuel Bandeira



Podes fazer:
  1. Ler o poema [É um poema “simples”, mas de leitura difícil] com apenas seis letras: duas consoantes [d, n] e quatro vogais [a,e,i,o]. Combinadas entre si, formam as quatro palavras que compõem o poema [anda, ainda, aonde, onda]. Parece um trava-línguas e podes lê-lo de muitas maneiras: rápido ou devagar; a rir ou a choramingar, com alegria ou com irritação, etc.]
  2. Responder às perguntas
  3. Fazer perguntas
  4. Responder às perguntas que fizeres
  5. Substituir ONDA por outra palavra [Ex. NADA, ou VENTO, ou NUVEM]
  6. Escrever um poema com as palavras que encontrares

"O Têpluquê"

Um história de Manuel António Pina

















Ouve a história e depois lê
  1. Identifica os defeitos de pronúncia do menino.
  2. Inventa outros defeitos de pronúncia [Ex.: Trocava o tê pelo gê; o têplugê]
  3. Com um dos defeitos que encontraste, tenta escrever uma história

"Direção"

Uma história de Maria Alberta Menéres

Um poema duas versões: 
Versão 1 - dito por D.L
Versão 2 - musicado e interpretado por Eugénia Melo e Castro

  1. Porque achas que "a cor azul era um sinal de liberdade"?
  2. O que achas que o caranguejo quer dizer, com esta pergunta em forma de desabafo: "porque será que só eu ando para a frente e todos andam para trás?

quarta-feira, 15 de abril de 2020

"O silêncio é uma esteira onde nos podemos deitar"

Excerto de "Uma escuridão Bonita" uma história de Ondjaki

     
    

Este é um daqueles livros que nos convidam a agarrá-lo devagar. Primeiro é a capa a prender-nos o olhar e depois o título: «Uma Escuridão Bonita». A leitura da contracapa segue-se como consequência lógica. Acontece então abrir o livro. E lemos: «O silêncio é uma esteira onde nos podemos deitar». Continuamos a leitura até ao fim da página. As três páginas seguintes, sem texto, com ilustrações apenas, talvez nos ponham em suspenso, expectantes para o que iremos ler a seguir: «Achas que pode caber o quê no coração das pessoas?».

É um daqueles livros que, pela linguagem poética de que é feito, pede leitura em voz alta. É um livro cheio de imagens a saltar da história, para pensar!

Sinopse: «Numa das muitas noites em que falta a luz em Luanda, dois adolescentes ensaiam o seu primeiro beijo, mas este primeiro beijo precisa de muitos ensaios, de muitos momentos de aproximação e afastamento, de certezas e de inseguranças... o ambiente ajuda e o pretexto surge: estão os dois na varanda da avó Dezanove, às escuras, à espera do cinema bu: um cinema que só acontece (na p. 80) quando um carro passa com a velocidade e os faróis certos para projectar sombras/imagens nas paredes brancas das casas da rua escura. O beijo acontece mesmo, mas apenas na p. 101. Esta é uma das mais comoventes histórias do narrador infantil do Ondjaki» [in sitio web da Livraria Almedina].

"A Floresta das Adivinhas"

Uma história de Manuel António Pina




  1. Ouve ler a história
  2. Lê a história
  3. Escreve uma adivinha que conheças
  4. Inventa uma história com a adivinha que escreveste: Era uma vez...




"Gigões e Anantes"

Uma história de Manuel António Pina


Ouve ler a história e depois lê. Ou tenta ler como souberes
  1. Gigões e Anantes são nomes que nasceram de duas palavras que tu conheces muito bem. És capaz de dizer e escrever quais são.
  2. Faz uma lista das palavras inventadas que aparecem na história.

"O Apocalipse das Cedilhas"

Montagem a partir de excertos de uma história de Luís Leal Miranda


















Uma história, qualquer história, responde a uma pergunta. Muitas vezes, é uma pergunta do tipo: E SE ... ?

E se um governante louco decidisse proibir as cedilhas ? - Esta foi, aparentemente, a pergunta que deu origem a esta história. E a seguir a esta seguem-se outras perguntas, que traçam o seu rumo. Uma delas parece ser: como ficam as palavras que perderam a cedilha ? - Com a resposta a esta pergunta, ficamos a saber que a terça-feira continuou a ser um dia da semana, só que pronunciado de uma maneira diferente [terca-feira ]. Mas o que aconteceu com outras palavras teve 
consequências muito graves: as calças deixaram de ser calças e desataram a calcar toda a gente, e a louça fez-se louca !

Temos, então, um convite: brincar com as palavras, a partir do prolongamento da pergunta: procurar palavras que ficaram esquisitas, quando perderam a cedilha [exemplo: caça/caca; pança/panca ... ].

As perguntas que passam pela cabeça do escritor são essenciais para que ele possa imaginar uma história. Sem perguntas não há como inventar uma história! Mas também há as perguntas que passam pela cabeça do leitor. Umas têm resposta fácil, bastando, para tal, procurá-la na história, descobrir o significado de palavras desconhecidas, que dificultam a compreensão de uma frase... 

Temos, então, um segundo convite: listar as palavras novas, com os seus significados; inventar frases para cada uma delas; encontrar sinónimos que as possam substituir ...  

Outras são perguntas que nos permitem perceber a lógica da história, os seus argumentos - ler é interrogar o texto, ouvimos tantas vezes.

Chegamos, então, ao terceiro convite: fazer perguntas ao texto, sugerindo possíveis respostas [por exemplo, em que é que se poupa proibindo cedilhas?].

Finalmente, com o que descobriste, podes reescrever a história. Ou dar-lhe um final. Ou apenas trocar impressões com os teus colegas e a tua professora ou o teu professor.

"Eu tenho um Cão"

Sidónio Muralha





  1. Ouvir ler;
  2. depois ler, ou ler palavras que sabes ler 
  3. fazer uma lista de palavras que conheces começadas pela mesma letra.