quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Lua de Manhã

Hoje encontrei-me com este pequeníssimo poema (Haiku, a julgar pela sua forma*), de David Rodrigues, que a lua de manhã ** o levou a escrever. 



À primeira leitura, leio que nem todos os sonhos (ou nenhum, talvez) cabem numa noite. 

Que podes fazer a partir deste poema?

Podes, se quiseres, aceitar o desafio:

— escrever sobre o que a lua te faz sentir, em três versos, seguindo ou não a métrica da estrutura tradicional deste género de poema;

— escrever outro poema que, em vez de começar com a "lua de manhã", comece com a "lua de tarde"**, mantendo a presença da noite e do sonho — Nota que, mesmo sem seguir, na íntegra, a estrutura tradicional deste género de poema, este não é um desafio fácil. Exige-te muito mais do que trocar um verso por outro. Ora repara: ao começar com a lua de tarde, a noite ainda está para chegar. E ao anteceder a chegada da noite, a lua de tarde é anúncio. Anúncio de quê?

Claro que podes esquecer tudo isto e ficar apenas (e o apenas não é coisa pouca) pela leitura que te der mais prazer. Mas para isso precisas de ensaiar a leitura com a voz ou as vozes que melhor servem este poema — Nota que há muitas outras formas de dizer-lo, para além das formas presentes no vídeo.

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Haiku (ou haicai) é um poema curto de origem japonesa, que aposta na justaposição de imagens simples, para criar uma reflexão ou sensação emocional.
Estrutura: Tradicionalmente, um poema de três versos com a métrica de 5, 7 e 5 sílabas, totalizando 17 sílabas (Este poema respeita apenas o total de 17 sílabas). 
Temática: Foca-se em temas da natureza e do cotidiano, com um tom objetivo e direto. 
Justaposição: O poema costuma unir duas imagens contrastantes, uma delas representando o tempo ou as estações, e a outra uma observação ou revelação.
Filosofia: A ideia é capturar um momento de forma similar a uma fotografia, transmitindo uma emoção ou sensação de forma subtil.

** "Primeiramente, é importante esclarecer uma questão: a lua está sempre presente no céu, tanto durante o dia quanto durante a noite. O que ocorre é que, por ela não apresentar luz própria, só é possível vê-la quando ela é, de algum modo, refletida pela luz do sol.
Durante a fase da lua nova, como o sol está a iluminar o lado oculto do nosso satélite natural, ela não pode ser vista por nós nem durante o dia, nem durante a noite. Durante a lua cheia, ela só aparece no horizonte celeste quando já está a anoitecer.
Portanto, a lua, durante o dia, pode ser vista sim, mas apenas durante as fases minguante e crescente. A primeira só aparece pela manhã e a segunda, depois do meio-dia, isso porque a minguante nasce imediatamente após o período da cheia, à meia-noite, permanecendo nos céus durante 12 horas. Já a lua em sua fase crescente, mais comum, só pode ser vista durante as tardes porque ela só nasce na metade do dia, quando fica iluminada em cerca de 50% de sua superfície durante as mesmas 12 horas. A iluminação, além da reflexão da luz do sol, depende, sobretudo, do grau de inclinação dos raios solares.
As diferenças dos horários quanto ao surgimento da lua no céu explicam-se pelo facto de, a cada dia, ela nascer 48 minutos mais tarde. Portanto, à medida que a posição da lua, em relação aos raios do sol, se vai alterando, alteram-se também as suas fases e o horário de seu aparecimento no horizonte."

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