domingo, 30 de janeiro de 2022

Chuva


Uma proposta de trabalho de texto a partir de uma poema de FERNANDO TORDO 

..., mas da falta de chuva só surgiram dias belos,
cada vez mais belos;
até que um belo dia, choveu
. [ª]


Neste poema de Fernando Tordo, percebe-se um antes e um depois, não revelados, que desafia quem o lê a imaginá-los.

És capaz de aceitar o desafio? 
Atreveste a recriar o poema, com o antes e o depois que fores capaz de imaginar?

Repara que não é o sol ou a chuva que, por si sós, fazem o dia ser belo ou feio. O que faz o dia ser belo, ou não, é o que acontece nele. E muito do que acontece, depende muitas vezes, de nós!

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[*] Poema publicado no livro "Não me tapes o caminho em frente, mesmo que não vá dar ao futuro", Guerra & Paz, Lisboa, 2021: p. 44

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

História do senhor Mar

Esta história faz parte do "Livro da Tila" e podes ouvi-la e lê-la aqui
Um poema de Matilde Rosa Araújo

Um poema com uma história para ouvir..., 
Uma história para ler..., 
para ler e ouvir..., ouvir e ler..., 
como te der mais prazer...

Depois de ouvir..., depois de ler..., 
podes ser tu a dizer para outro ouvir!

Queres aceitar o desafio?


sexta-feira, 19 de junho de 2020

A noite

Um poema de Pedro Mexia

"A Noite", de Pedro Mexia, traz uma história há maneira de bonecas russas. Uma vez entrados na noite, enquanto for noite, é na noite que ficamos:

"(...) / dentro da noite noite, / e abrindo a noite noite, / outra vez noite, / repetidamente noite depois da noite / a seguir à noite".

Noite é a palavra que persiste a "desenhar" o ambiente do poema. Claro que a noite pode ganhar outros tons, deixando o Sol iluminar a Lua, limpando as nuvens para deixar ver o brilho das estrelas. Mas só quando o sol se dispuser a iluminar o dia [não esquecer que a noite é uma parte das 24 horas do dia], é que a mudança de cenário será radical. Mas isso é cenário que o poema de Pedro Mexia não contempla: nele não existe porta que permita a sua entrada. Se a queremos, não temos outro jeito que não passe por desenhá-la.

Que palavras podemos escrever n'«A Noite», que possam ser, ao menos, um vislumbre de saída?
Procurá-las com a escrita, talvez seja uma forma de entrar, mais profundamente, no poema. Queres aceitar o desafio?

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Boletim Metereológico

Um poema de Jorge Sousa Braga

Antes de mais, repara no título deste poema: Boletim Metereológico- «Metereológico» pode muito bem ser o erro de pronúncia de que o Jorge Sousa Braga se serviu para inventar uma palavra nova: neste caso, uma palavra que serve para identificar a descrição de «estados de alma» [coisas que sentimos], associados ao estado do tempo.

Temos então um «Boletim Metereológico», que dá conta de «aguaceiros (...) que serão de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela e no teu coração».

Depois da leitura do poema, desafio-te a procurar boletins meteorológicos, com os quais possas compor outros «Boletins metereológicos» - talvez mais ótimista, se quiseres.

NOTA: O Mário Viegas pegou num boletim meteorológico, que retirou de um jornal, e organizou-o como se fossem versos de um poema. Depois disse-o da forma que podes VER AQUI >>>, dando a entender que a voz que damos a um texto pode alterar o seu sentido.

domingo, 14 de junho de 2020

Verão

Um poema de Eugénio de Andrade

Ouve o poema;
Depois faz o que tens feito com todos os poemas que te tenho dado a ouvir: oferece-lhe a tua melhor voz. Se tiveres com quem, diz o poema a dois, como fizeram o Mário Viegas e a Manuela de Freitas.

Pela leitura do poema, ficaste a saber [se é que ainda não sabias] que as espécies de caracóis, mais comuns e conhecidas, não se dão bem com o calor. Preferem a sombra e os lugares húmidos. Por isso, o Eugénio de Andrade decidiu que o seu caracol iria à loja do sr. Adão comprar um girassol, que lhe pudesse servir de guarda-sol, para assim evitar morrer com o calor

Temos, então, um poema com um pedaço de um dia de verão do caracol, que não sabemos como acaba, mas que para o caso pouco importa! Porquê? Porque o assunto é o verão: o caracol ao sol é apenas a forma encontrada pelo poeta, para nos fazer sentir o verão

E tu, és capaz de inventar uma forma [parecida ou outra qualquer] de trazer o verão até nós?
Ou o outono?
Ou o inverno?
Ou a primavera?

Se aceitares o desafio, precisas:
  • escolher uma estação do ano;
  • descobrir uma personagem que não se dê bem com uma ou outra característica do seu clima [Ou, se quiseres, podes dar outro caminho à tua "história" e escolher uma personagem que goste];
  • inventar um episódio que descreva o que ela faz para se proteger [da chuva, do frio, do vento, do calor... ] do que quer que seja, de acordo com a situação que escolheres não esqueças que se optaste por uma personagem que se dá bem, ela não precisará de se proteger e o acontecimento terá de ser outro.

domingo, 31 de maio de 2020

NUVENS

Um poema, em prosa, de Jorge Sousa Braga, que te convida  a descobrir histórias [um convite que podes ou não aceitar], se te dispuseres a escutar as  perguntas, que o poema coloca dentro de ti.
  • Primeiro lê, ouve ler e volta a ler, as vezes que precisares, até encontrares a voz que fica melhor no poema [a que mais gostares].
  • De seguida, faz as perguntas, individualmente ou em grupo, que o poema te coloca, à medida que vais lendo, e compõe a tua história, juntando ao poema as respostas que encontrares.

Ora repara:

O poema abre com: "Sinto como se vivesse dentro de uma nuvem. Branca."

Sentir como se vivesse dentro de uma nuvem, não é a mesma coisa que viver mesmo dentro dela, pois não?
Que podes sentir dentro de uma nuvem? Leveza, talvez!

Experimenta, então, fazer uma lista de palavras, relacionadas com leveza. Mas se não for leveza que sentes, faz a tua lista com palavras relacionadas com a tua escolha. Pode ser qualquer tipo de palavra: nomes, adjetivos; adjetivos formados a partir de nomes, nomes formados a partir de adjetivos; verbos... qualquer palavra que possa transmitir a sensação que procuras. E, depois, escreve frases com elas [que soem bem ao ouvido, se possível] para preencher este espaço, que acabamos de abrir aqui.

Assim, com as perguntas que fores capaz de fazer, vais criando, no poema, os espaços necessários às tuas frases, para contares a história.

E o poema continua: "Fecho os olhos e deixo-me arrastar. Pelo vento."

Chegará então uma altura em que o vento deixa de soprar. E paras nalgum lugar! Que lugar é esse? Que acontece por lá?

Se precisares, para te inspirares ou, quem sabe, te ajudar na tua escrita, convido-te a ouvir e a ler "Até ao Arco-Íris", que um grupo de meninos e meninas [talvez da tua idade] escreveu, a partir destas "Nuvens".

terça-feira, 26 de maio de 2020

Aquela nuvem e Eu

Um poema de Eugénio de a Andrade

Ouve o poema e, de seguida, atreve-te a dar-lhe a tua melhor voz, seguindo o exemplo da Carolina [uma menina do 1º Ano da Escola de Cabanões], que podes ouvir no 2º vídeo.
Era giro desafiares um amigo ou amiga, para ler o poema contigo, como fizeram o Mário Viegas e Manuela de Freitas! [Duas crianças da tua idade seguiram esta sugestão: podes ouvi-las no 3º vídeo].

Depois desafio-te a pegar na lista de "palavras importantes", que escreveste para recriar o poema "Atlântico", e a uses para recriar a primeira quadra deste poema de Eugénio de Andrade. Claro que, se quiseres, podes juntar mais palavras à tua lista.

A ideia, que gostaríamos que seguisses, é  que juntes as recriações dos dois poemas numa só

Como exemplo tens o que alguém da tua idade fez com a palavra borboleta:

Borboleta
Metade da minha alma é feita de vontade de voar.

É tão bom ser borboleta

ter um corpo colorido e voar, voar...